sábado, 2 de julho de 2016

Genética Populacional - Deriva Genética (parte 2)

Como vimos anteriormente, a deriva genética é propriedade de inconstância nas proporções alélicas duma população ao longo do tempo, onde muitas vezes há fixação de apenas um alelo.

Mas se é assim, por que nós, ou melhor, todos os grupos taxonômicos têm tanta variabilidade de alelos? Para o gene White, ligado a pigmentação de omatídeos de moscas-da-fruta, por exemplo, conhece-se 1790 alelos, ou seja, variações de uma única característica...
 Duas variações para o gene White: W+ (vermelho) e w1 (branco).

A fonte dessa variabilidade de longe pode ser relacionada a mutação e fluxo gênico. E dessa maneira a mutação concorre contra a deriva genética numa relação inversamente proporcional.
O Equilíbrio Mutação-Deriva pode ser observado a partir da fixação de um alelo.
Onde:
F=índice de fixação
N= tamanho da população
µ= taxa de mutação do alelo por geração

Em outras palavras, a fixação de alelos torna-se menor em populações grandes e/ ou com grandes taxas de mutação, e vice-versa. É válido relembrar que 4N usa-se para genes nucleares e que para genes mitocôndrias é unicamente N.
Para o Equilíbrio Migração-Deriva não se considera uma única população continua e sim uma metapopulação, ou seja, quando está dividida por fatores externos em subpopulações que vez ou outra trocam genes, sendo essa troca numa velocidade muito menor se comparado entre os indivíduos dentro de uma subpopulação. Pode-se calcular:
Onde:
m=proporção de indivíduos numa subpopulação, oriundos de outra.

 A variabilidade pode ainda ser aparente e um mesmo alelo pode ter diferentes expressões de acordo com o ambiente, dando a entender que os indivíduos são diferentes geneticamente, quando não o são. Cultivando clones de uma mesma planta em solos diferentes, no experimento jardim comum, podemos ver que o desenvolvimento desses também é diferente.
Fonte: CULTURAMIX


Essa expressão de proteínas, que originam uma determinada característica, dependente do ambiente é a chamada de regulação de expressão gênica. Esse conceito se confunde bastante com a ideia do fenótipo= genótipo + ambiente, porém nesse caso o genótipo é o mesmo e o termo usado para diferenciar os indivíduos é ecótipo. Embora a ingressão de novos genes na população, via fluxo gênico, seja bem-vinda, é legal lembrar que nem sempre esses genes estarão em acordo com o ambiente receptor.
O estudo desses ecótipos pode ajudar os pesquisadores a entender como interagimos com o ambiente e como as mudanças meteoceanográficas irão interferir no planeta que conhecemos.

Com esse item final, nós encerramos a Série Genética Populacional e gostaria apenas de comentar que o que está sendo feito aqui é apenas uma apresentação dos conteúdos e não é nosso ideal substituir os professores, livros e artigos. Sempre é bom ler e pesquisar.

RICKLEFS, R.E. 2010. A Economia da Natureza. 6ª ed. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro.

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