Como vimos anteriormente, a deriva genética é propriedade de
inconstância nas proporções alélicas duma população ao longo do tempo, onde
muitas vezes há fixação de apenas um alelo.
Mas se é assim, por que nós, ou melhor, todos os grupos
taxonômicos têm tanta variabilidade de alelos? Para o gene White, ligado a
pigmentação de omatídeos de moscas-da-fruta, por exemplo, conhece-se 1790
alelos, ou seja, variações de uma única característica...
A fonte dessa variabilidade de longe pode ser relacionada a
mutação e fluxo gênico. E dessa maneira a mutação concorre contra a deriva
genética numa relação inversamente proporcional.
O Equilíbrio Mutação-Deriva pode ser observado a partir da
fixação de um alelo.
Onde:
F=índice de fixação
N= tamanho da população
µ= taxa de mutação do alelo por
geração
Em outras palavras, a fixação de
alelos torna-se menor em populações grandes e/ ou com grandes taxas de mutação,
e vice-versa. É válido relembrar que 4N usa-se para genes nucleares e que para
genes mitocôndrias é unicamente N.
Para o Equilíbrio Migração-Deriva
não se considera uma única população continua e sim uma metapopulação, ou seja,
quando está dividida por fatores externos em subpopulações que vez ou outra
trocam genes, sendo essa troca numa velocidade muito menor se comparado entre
os indivíduos dentro de uma subpopulação. Pode-se calcular:
Onde:
m=proporção de indivíduos numa
subpopulação, oriundos de outra.
A variabilidade pode ainda ser aparente e um mesmo
alelo pode ter diferentes expressões de acordo com o ambiente, dando a entender
que os indivíduos são diferentes geneticamente, quando não o são. Cultivando clones
de uma mesma planta em solos diferentes, no experimento jardim comum, podemos
ver que o desenvolvimento desses também é diferente.
Fonte: CULTURAMIX
Essa expressão de proteínas, que
originam uma determinada característica, dependente do ambiente é a chamada de
regulação de expressão gênica. Esse conceito se confunde bastante com a ideia
do fenótipo= genótipo + ambiente, porém nesse caso o genótipo é o mesmo e o
termo usado para diferenciar os indivíduos é ecótipo. Embora a ingressão de
novos genes na população, via fluxo gênico, seja bem-vinda, é legal lembrar que
nem sempre esses genes estarão em acordo com o ambiente receptor.
O estudo desses ecótipos pode
ajudar os pesquisadores a entender como interagimos com o ambiente e como as
mudanças meteoceanográficas irão interferir no planeta que conhecemos.
Com esse item final, nós
encerramos a Série Genética Populacional e gostaria apenas de comentar que o
que está sendo feito aqui é apenas uma apresentação dos conteúdos e não é nosso
ideal substituir os professores, livros e artigos. Sempre é bom ler e
pesquisar.
RICKLEFS, R.E. 2010. A Economia da Natureza. 6ª ed. Editora
Guanabara Koogan, Rio de Janeiro.
0 comentários:
Postar um comentário